quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Não mintam! Criem histórias verossímeis!

Se for para me contar mentiras histórias fictícias, ao menos se esforce e conte uma história bonitinha, cheia de pontos de viradas e com um clímax daqueles!
Por isso, a história de que chegou atrasada por causa de um acidente, se for bem contada, sempre funciona: é um clássico! Tipo assim (tipo assim, só eu que falo!) um pretinho básico! Funciona bem, mas tem que saber acessorizar!

Enfim, já vou me perdendo do foco, Se vai falar que quer que eu trabalhe mais, mostrar quem manda, blá, blá, blá... faça isso direito! Não minta!
Contar histórias é legal, mentir descaradamente é um saco de agüentar!
Ultimamente tem muita gente tentando me fazer de trouxa, otária bobinha, então deve ter alguma coisa errada comigo!

Peço tanto a sinceridade... mas será que sou vista como alguém que não agüenta o tranco?
E afinal, neste mundo cheio de contradições, onde o que existe é a realidade de cada um, o que podemos dizer que é mentira?

Acho um porre interessante quando alguém tenta mudar seus conceitos, princípios. Dizendo, sei lá “homem é tudo safado mesmo!” “o mundo é assim mesmo nega, todo mundo mente e é safado!” “Você ainda acredita nas pessoas? Você é muito ingênua mesmo...” e esse blá, blá, blá que todo mundo já ouviu...
Provavelmente no mundo dessa pessoa aconteça exatamente isso e realmente ela não está mentindo: o mundo dela é assim!
Agora, não me venha com esse lenga, lenga de que meu mundo tem que ser (repudio a expressão “tem que ser”! tem que ser porra coisa nenhuma!) assim também!
Eu particularmente não entendo uma coisa, quando a pessoa diz tipo assim (tipo assim, só eu que falo!): “Ninguém presta!” ela está se incluindo nisso também, né?
Ou a pessoa se considera a sacra-santa única exceção da terra!
Ou será que exatamente porque a dita cuja não presta, usa-se como referência para classificar o resto do mundo?
Fico com a segunda opção.
Eu presto! (modéstia também é uma característica inata dessa moça)
E acredito que tem muita gente nesse mundo que presta também. Aliás, a maioria.
Na verdade, acredito que a natureza latente de cada pessoa é ser legal, maneiro e tender para o lado bom da força, mas essa teoria envolve questões muito mais filosóficas desta que lhes escreve e iríamos nos estender até... sei lá até onde, esses assuntos sempre têm pano pra manga...
E põe pano nisso!
Alguém me segure!

Epa, voltei!

Cansei!
Quer dizer, cansei de descansar!
Fiquei um tempão sem escrever, jurando que ia pensar em coisas mais legais para botar aqui, mas o que percebi é que estava com o c.. na mão com medo, sei lá de que, mas estava cagando com medo!
Esse é um espaço público e quem quiser perder uns minutinhos lendo essa papagaida, tranqueira, um monte de pensamentos desconexos essas poucas reflexões será muito bem vindo.
Tenho a necessidade de escrever, de desabafar e agora percebi que estava gastando muito papel, acabando com o meio ambiente e tudo estava uma zona decidi compartilhar com... com quem quer que se disponha a ler!

E tenho dito!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A falta que nos move



Brasileiríssimo filme de estréia da carioca Christiane Jatahy, com uma proposta diferente e interessante. Cinco atores chegam a uma casa – que a é a casa da própria diretora – existe um roteiro que será filmado ininterruptamente, com improvisações e durante a gravação eles recebem torpedos no celular para guiá-los.

Fui ver o filme no Cinesec na programação da 33º Mostra Internacional de Cinema - que está acontecendo em São Paulo até 5 de novembro – e tive a sorte de na sessão em que fui estar a própria Christiane Jatahy, que abriu espaço para debate após o filme.

Foram gravadas por mais de treze horas, histórias reais se misturam com a ficção, tudo se passa em apenas uma locação... Mas não foi isso que mais me impressionou e sim os bons diálogos, a naturalidade da situação, as boas atuações. Histórias verossímeis, sem clichês, sem “forçar” a barra... Se por um lado eu ficava me perguntando o que seria ficção ou não, por outro me envolvi muito com os personagens e tudo parecia muito real.

É tão frustrante sair de casa e assistir algo previsível, enfadonho, que não consegue sequer te entreter por uma hora e meia... Mas quando o filme cumpre seu papel você sai do cinema ainda se deliciando com a experiência e às vezes até se dedica até um tempinho para fazer uma reflexão sobre, como estou fazendo agora.

Um processo de construção da ficção realmente diferente... O texto excelente discorre sobre relacionamentos, amizade, uma geração sem utopias. Christiane estudou sobre padrões de repetições comportamentais baseados no nosso sistema familiar e que levamos para a vida. Ausências que não conseguimos preencher e como essa busca nos dá movimento. Isso é o que estrutura o argumento do filme, de forma sutil e excepcional.

Gosto muito de ir a Mostras e Festivais e me surpreender. Às vezes positivamente, outras vezes negativamente, mas de me surpreender.
Assistir a filmes que estão fora do grande circuito, novas possibilidades audiovisuais, outras formas de pensar o mesmo, isso é fantástico.

Aprovei A falta que nos move. Afinal é no vazio que existe a possibilidade do infinito...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O drama do processo criativo



Fazendo uma análise do trabalho criativo, em um primeiro momento, ele é o mais recompensador, animador, prazeroso... Afinal não é um trabalho burocrático, ou operário. O importante não é sua capacidade de apertar botão ou resolver problemas de outras pessoas. Nada contra a quem trabalha assim, não estou menosprezando - muito pelo contrário, o que seria da sociedade sem esses tipos de trabalho? - só estou mostrando que esse não é o trabalho do criativo... Quer dizer, não deveria ser!
Atualmente vivemos no dilema dos tempos modernos: Menos tempo, mais trabalho, afinal tempo é dinheiro!
E inclusive - infelizmente, acredito eu - para o criativo também.
Hoje em dia para tudo há demandas, cronogramas e prazos (curtíssimos por sinal), e o criativo não escapa dessa.
São trabalhos pedidos para ontem e é: criar, criar, criar... Mais volume, mais conteúdo, mais rápido.
Comentando sobre isso me lembrei de um texto que li faz alguns dias, sobre o trabalho acadêmico que fazia referência justamente a isso. Sobre como os mestres e doutores hoje em dia também são cobrados quanto a isso. Quantos textos publicou esse ano? De quantas bancas participou? Quantos orientandos? Tudo é pela quantidade, quanto mais, melhor... Mas e a qualidade?
Tanto um trabalho acadêmico quanto em um criativo, na maioria das vezes quantidade não demonstra qualidade. O acadêmico e o criativo necessitam de pesquisa, referências reflexão, busca de novas soluções, fugir do lugar comum... E isso geralmente isso demanda tempo.

Ao mesmo tempo... Algumas pessoas – inclusive alguns criativos – trabalham melhor sobre pressão. Eu tenho uma teoria: É a inspiração do último minuto! Não conseguem criar nada enquanto tem muito tempo para entregar... Mas quando está em cima da hora... No dia anterior da entrega do trabalho, nossa! A criatividade vem a todo vapor. Então se tem uma demanda grande, com prazos sempre curtos, a criatividade está sempre em alta!

Mas cada caso é um caso...

Eu particularmente acredito que misturo os dois perfis, às vezes só tenho inspiração no último minuto é verdade... Mas às vezes tenho certeza de que se tivesse mais tempo, faria algo melhor... Enfim, talvez todo mundo misture um pouco de cada coisa, afinal ninguém é tão engessado... Muito menos os criativos!




quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Confiança: pode-se levar anos para se conquistar e segundos para destruí-la.




Só essa frase já dá um bom argumento para uma história. Logo se pensa em relacionamentos construídos durante anos, felicidade, amor e de repente uma traição (pode ser de relacionamento romântico, amizade, familiar). E é sempre assim, uma cena, uma imagem, que muda todo conceito. Aquela pessoa perfeita destrói todos os sonhos, todas as esperanças, e fica com uma imagem pior do que aquelas que não eram tão queridas...
Esse filme a gente já viu.E quantas vezes, não é verdade?
Proponho ir mais longe. Pensar que às vezes essa imagem da traição, da virada do "super confiável" para o "crápula", pode ser usado em um contexto que quem vê apenas dessa forma, já estava esperando ser traído. Pois se foi construída uma confiança durante anos, uma imagem apenas é suficiente para destruir tudo? Não há a possibilidade dessa pessoa em que se confiava tanto se explicar?
Um outro ponto de virada pode ser exatamente o do ponto de vista do que possivelmente teria "traido", mostrando que não teve oportunidade de se justificar e o outro que quebrou o pacto de confiança.
Pode ser diferente, bem amarrado e verossímel.Afinal, quem no "calor do momento" nunca viu o que não existia?
Que atire a primeira pedra.

sábado, 4 de julho de 2009


Então vamos começar...
A idéia é abrir um espaço para estudantes, profissionais e curiosos,
sobre a arte da escrita de roteiros...

Não posso deixar de colocar a frase mais célebre de um Profº de linguagem
audiovisual (Profº Paulo) "A linguagem Audiovisual é essencialmente referencial".

Depois que ele falou isso e passou um exercício de ficarmos 30 dias sem ver TV,
me empolguei e fiquei até hoje... Hoje assisto TV de uma forma totalmente diferente.
E definitivamente: Se você quer escrever para um meio, ele deve ser sua última fonte
de inspiração...

Então, vamos procurar referências!!!!

A primeira que vou lançar para se pensar um pouco:

"Ostra feliz não faz pérola"

Isso, é o título do livro de Rubem Alves.
Tenho que confessar que foi um dos livros mais despretencioso que
já li e me surpreendeu muito...

Como define o autor: "Ostras felizes não fazem pérolas. Pessoas felizes não sentem a necessidade de criar. O ato criador, seja na ciência ou na arte, surge sempre de uma dor. Não é preciso que seja uma dor doída. Por vezes a dor aparece como aquela coceira que tem o nome de curiosidade".

Nós somos criadores!!!!
É uma chamada que incomoda e sacode.

Mas a idéia é se pensar no título e no que ele implica:

Porque ostra feliz não faz pérola?
Que simbolismo há nisso?
Que sentido podemos buscar para isso?
Como podemos construir um personagem ou um argumento com esse tema?

Vou esperar comentários, depois coloco minhas impressões...

Mas é de se pensar né?